Patricia Stanquevisch

Eu sou uma estudiosa. Do meu self. Mirna Grzich diz que sou viciada em aprofundamento de mim mesma. Pode ser mesmo. Não consigo me sustentar de outra forma. Sem me olhar e compreender o que me move em cada situação/relação. 
Vivi 51 anos quebrando padrões. Minha natureza foi sempre esta. Superar o que parecia querer me limitar. Mas foi após 49 que tudo começou a se quebrar mesmo. Há dois anos comecei a viver algo que me colocou em locais de definitiva mudança interior. Quebrei minhas estruturas familiares, filhos, ex-marido, mãe, pai, relação com dinheiro, com trabalho, comigo mesma, com amigos. Me quebrei em pedaços. Pense em muitos pedaços. Muitos mesmo ! Talvez você não conseguiu ver ainda a quantidade real de pedacinhos em que fiquei,
Hoje de manhã, me veio este pensamento. Um amigo sempre me diz: “Vivi XX anos nisso, faz só dois anos que sai disso e ainda não sei o que fazer com isso”. Este pensamento me veio quando acordei hoje. E pensei. Verdade !! Eu também. Vivi 49 anos achando que minha vida era uma coisa, há dois anos descobri que não era e ela começou a se quebrar inteira. Tudo se desfez. Eu numa habilidade impressionante de amar, mesmo assim. De cuidar de cada envolvido. De não gerar mais dor do que já estava acontecendo. Mas, de fato, eu ainda não parei para olhar para tudo o que mudou. Não sei do que se trata esta nova vida. Talvez uma única coisa eu saiba. Mas é uma no meio de tantas outras.  Eu decidi que vou me dar este tempo de integração dos fatos, integração de qualquer coisa que esteja espalhada dentro dos meus corpos. Dois anos de desconstrução precisam agora de um novo arquiteto divino em mim.
Neste processo, me estudo. Uso as ferramentas todas que aprendi a usar, ao longo da minha vida de estudiosa de mim mesma. O principal é o Jogo da Transformação©. Não há outra ferramenta, para mim, que seja absolutamente fiel à me mostrar o que Sou e quais padrões estou mantendo. Justamente porque ele foi criado com base em várias outras, tais como astrologia, psicossíntese, numerologia, etc. Ele é a síntese de muitas ferramentas e um campo de amor absoluto. Confio com total entrega do meu ser. 
Além dele, uso outras no dia-a-dia. Oráculos que espelham minhas necessidades emergentes e contam algo que meu inconsciente está me escondendo. 
Atualmente, como decidi olhar para o feminino, uso o Oráculo do Graal e Oráculo das Deusas, ambos com enfoque no meu tema de interesse. O oráculo da Deusa, às vezes, me dá medo, pois ele acerta na mosca com a maior rapidez possível. Se sair traição, aguarde, assim será. Naquele mesmo dia a traição virá. Sim, eu soube de todas elas, se você que me traiu está pensando nisso. Eu soube. Porque as cartas me mostram e eu me conecto no coração para saber de onde viria esta traição. E ok. Não se preocupe. Está tudo certo do jeito que é. 
Na semana passada, eu me fiz a seguinte pergunta: O que preciso acessar, em minha conexão comigo mesma, para que eu esteja plena no meu feminino ? Peguei 3 cartas da Deusa. Na ordem, elas simbolizavam: A Mulher sábia, A mulher emocional e a Sexualidade. O que importa neste texto é a Sexualidade.  Posso até contar que na Sábia veio Afrodite (Amor), Emocional Iemanjá (Entrega), mas na Sexualidade veio Oya (Mudanças).
Tãooooo previsível. Eu já tenho pensado nisso. Pensei muito no assunto quando eu estava em Turin. Pensei muito no assunto, ano passado, quando estive em Findhorn. Que raios eu entendo da minha sexualidade ? Quase nada !! Sabiam ? 51 anos de mulher num corpo e não sei quase nada. Não vou entrar no mérito da ancestralidade disso. Eu já olhei para ela, pai, mãe, o que era sexo para eles, para mim, adolescência. Vou falar do que sinto em relação a tudo o que reverberou e reverbera. Reverbera uma droga de uma culpa que não tem tamanho. Culpa de trair alguém que nem sequer está comigo. Culpa de ser desejada por outra pessoa e que isso fira a sacralidade do meu amor por alguém. Mas olha que lindo. Não sinto culpa por ser apenas sexo. Nunca é somente sexo. Isso é parte de mim. Existe algo que me conecta com a outra pessoa que me leva a uma troca além da biológica. Gosto disso para mim. Sinto força neste tipo de relação.
Oya me propõe mudanças na sexualidade. Eu olho para a culpa e para meu corpo estético. Tenho aprendido a gostar do meu corpo como ele é. Magra, pernas finas, sem bunda, pele já dizendo que os 50 bateram na porta. Boca sensacional. Olhos infalíveis…. Esta sou eu, me olhando. Quero saber mais sobre este corpo. O que mais ele pede. Ele gosta de calor, de suor, de força. Mas gosta de aconchego do frio, de delicadeza e cuidado.  Porque será que não permito que isso chegue a mim ? A culpa deve estar aí na sua função. 
Hoje, depois de ter pensado nisso tudo, sobre ser hora de integrar os dois anos de quebradeira e entendimento, peguei outra carta. Do Graal. Veio APETITE. Rá !! Esta carta fala de saciar os desejos da sexualidade, na sacralidade do amor. Fala de corpo físico e espiritual. Taí. Do que tenho fome ? O pessoal querendo me fazer comer comidinhas saudáveis. Todo dia tem um santo querendo que eu coma. Eu agradeço, queridos e queridas. Mas meu apetite é outro. Meu desejo é outro. É viver meu feminino do jeito que eu sinto aqui no corpinho magro. Ter sexo com quem eu amo ou se for outra pessoa, que eu não sinta mais culpa. Porque eu quero experimentar esta energia sexual na plenitude. No meu entender ela é geradora de abundância, de manifestação e de amor. É ter uma vida plena e hoje, me falta isso. Não adianta eu ser a mega empreendedora do Destino Colaborativo, falar de Amor, causar no mundo todo, se eu não integrar esta mulher que me chama. É tão profundo isso. Tão !! E isso não cria expectativas sobre viver isso com alguéns. Cria desejos de que seja com alguém específico, mas não é uma expectativa. Eu também não conseguia falar deste meu desejo. Não conseguia expressar que quero viver esta mulher com alguém específico. Já consegui, mesmo causando “constrangimento”. Mas consegui. 
Dois anos. Peças de um novo Ser para integrar e compreender. Acho que, na verdade, foi mais um semear. São 3 estágios. Primeiro, abrir a terra, que causa um revolto no espaço. Minhocas ficam alvoroçadas. Ervas são transferidas de lugar. Segundo, coloca-se a semente e ela fica ali quentinha, até a estação certa chegar para nascer. Terceiro, na estação ela nasce. Acho que começo a entrar na fase dois. Deixar a semente se entender no lugar dela, na terra, em algum lugar que tenha, de preferência, sol, mar, caipirinha e música. Tenho certeza que nascerá uma flor muito, muito preciosa e rara. Daí poderei entregar o que vim fazer neste mundo.
O que me apoia nesta aventura ? O nível mais alto de Coragem que você pode ter encontrado numa pessoa está em mim. Saltar de paraquedas é fichinha. Vai por mim ! 
Para fechar, entre oráculos e deusas, perguntei ao Jogo meus próximos passos nisso tudo. E veio: “Você resolveu um problema de personalidade e está tomando o primeiro passo na comunicação.” Assim sendo e feito. É !! <3 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *