Patricia Stanquevisch


Quem já assistiu ao filme Na natureza Selvagem vai entender e poder ler este texto. Quem não assistiu, quer ler o texto, aviso que serei spoiler. Sua escolha.
Eu achei este filme incrível. Assisti mais de uma vez e acho que ele vai ser contemporâneo por muito, muito tempo.
Trata-se da história de um rapaz que rompe com a atual e cômoda situação de vida, incluindo família, dinheiro, carreira. E sai pelo mundo para viver livremente. Conheceu gente que influenciou seu processo de busca e fortaleceu cada dia mais seu desejo de explorar aquele novo SER.




Um filme que me levou a refletir sobre como eu vivia e quais os limites tenho. Mas ele tem um final, para mim, chocante. Pois sozinho, lutando consigo mesmo para manter sua decisão firme, se vê num local inóspito, no Alaska, onde passa frio, fome e não tem o final feliz de filmes Holywoodianos, mesmo porque é uma biografia, que partiu dos diários do garoto.

(nota: trilha sonora maravilhosa de Eddie Vedder)

O que tem a ver comigo. Tudo. 

Decidir viver num paradigma fora do modelo industrial foi uma ruptura imensa na minha vida. No último um ano e meio, tenho vivido esta ideia com a alma e corpo inteiros e aprendido com ela, sobre meus limites, sobre meu papel neste mundo e, principalmente, sobre as ilusões que temos  a repeito do que nos sustenta.

Mas este processo começou em 2013, quando eu voltei de Findhorn e resolvi deixar ir o que não me servia mais. Nesta época eu dava aula na Universidade e, também, estava dividindo o apto com meu ex-marido e meus filhos. Fiquei um semestre seguinte na universidade e parei de dar aulas. Não acreditava mais naquele modelo, no processo de relação aluno/professor, professor/universidade e aluno/universidade. Não fazia sentido, então optei por buscar o que me chamava de verdade.

Fiquei sem trabalho. Não voltei mais para nenhuma instituição. Entrei para uma seleção de uma Organização de Esportes para Todos, uma vaga de coordenação e ela foi minha. Parte de mim achava bom, pois meu forte era nesta área. Fazer o esporte acontecer num nível educacional para qualquer ser humano. Mas outra parte, meu coração, me dizia que seria mais uma instituição de modelo industrial. E acho que o Universo ouviu meu coração e a coisa toda não se concretizou.

Resolvi aprofundar no trabalho com pessoas. Ajudá-las a encontrar a conexão com o Ser Superior. Mas fiz muito isso de graça. Faço ainda, até hoje. 

Em 2014, criei o Destino Colaborativo. Levar pessoas para Findhorn, de forma colaborativa, financiada pela Rede.  E, caminhando junto, o Destino se tornou uma ideia de Empreendimento em Rede.

Em 2015, decidi sair do apartamento. Aluguei um airbnb por três meses, que daria o tempo até a viagem. Quando voltei, estava sem casa. Estou sem casa até hoje. Meus filhos morando com o pai. 

Neste tempo todo, compreendi meu papel na Colaboração, mas principalmente entendi que as pessoas, na maioria, não colaboram, de fato. Elas acham que colaboram, mas estão engatinhando. Não há ainda a energia principal da Colaboração incorporada. Esta energia se chama AMOR. E não é o AMOR que se entende por aí.

Este entendimento foi um ponto alto do meu ano. Que o AMOR é algo que não se “pensa”. A ação parte do coração, sem análise e julgamento. A mente só organiza a ação. É fluído. Não passa pela cabeça de quem está no movimento colaborativo para valer se é para ele ou para o outro que está fazendo aquilo. Não passa na cabeça quem fez menos ou fez mais. Não passa nada antes na cabeça a não ser a organização de como irá ser feita a ação. E, fazendo das minhas ousadias, afirmo agora, depois de muito integrar o assunto, não passa nem a ideia da GRATIDÃO. Porque gratidão também não parte da mente. Ela é um sentimento do coração. Não é possível descrevê-la, nem apontá-la para alguém, designar o objeto da gratidão. Não sabe-se ainda o que é Gratidão nem Amor. (Fui fundo nisso, neste integrar. Doeu, caiu o véu, sofri por entender, mas valeu cada minuto). 

Por esta razão, o Empreendimento em Rede, Destino Colaborativo, está aguardando um próximo passo. Está no modo PAUSE. E eu, confiando no que vem por aí. Conectada ao que o Universo pretende com ele. Acho que tem a ver com aparecer alguém que entenda de Economia, mas que a veja com um olhar muito inclusivo e nos ajude a torná-lo um projeto sustentável. Sem amarras, de forma livre, como é a própria Iniciativa, Mas só acho… 🙂 

Sendo assim, o Destino Colaborativo ainda não é uma forma de remuneração nem para mim nem para ninguém.

Porém, eu vivo a maior parte do meu tempo, dedicada a SERVIR ao TODO, seja no estudo e desenvolvimento deste projeto, seja no estudo de outras novas iniciativas que trabalham a Expansão da Consciência e a Forma destas consciências no mundo.  Busco que todo meu trabalho seja inclusivo. Pois é… vejo como urgente que as pessoas alcancem AUTONOMIA em suas vidas. Acessando a abundância em todas as dimensões do SER, isso inclui a capacidade de fazer escolhas, gerenciar e liderar suas vidas e se colocarem plenamente no Mundo, de forma íntegra e autêntica. Não compreendo este processo como a exaltação da expressão e da imagem ou da intenção. Pois o ego se alimenta disso. Mas sim, compreendo como a capacidade de fluir na intenção de vida pelo AMOR. Quando isso acontece, estamos a SERVIÇO do TODO e ele nos remunera.

Voltando ao filme, apesar de todo meu trabalho e consciência sistêmica,  me observo, nestes dias, num momento como o final do filme. 

No começo do ano, eu havia programado uma viagem ao Monte Shasta. Uma viagem de autoconhecimento, pois lá existe um portal forte de expansão e sinto muito este chamado. Estava com a passagem na mão e pouco dinheiro para ir. Quase no momento de embarcar, comecei a sentir medo. Medo de acabar como este menino. Pedi a uma pessoa, com a qual eu estava me relacionando afetivamente, para ele não me deixar lá abandonada caso eu não enviasse notícias. Ele disse que isso não aconteceria. Acabei não indo, o medo me venceu, mas acho que foi perfeito eu não ir. Acho que eu poderia mesmo correr este risco de não ser regatada no Monte. Tenho esta sensação no corpo mesmo.

Hoje, me sinto vulnerável. E ao mesmo tempo plena. Estou ainda sem casa, sem remuneração. Tenho trabalhado muito. Sei do meu valor para Rede. Expresso-a com autenticidade, integridade e amorosidade. E acho que ainda há muito o que eu tenho que fazer.

Comecei a escrever este texto na tarde da última quarta-feira. Estava bem triste. Sinto muita saudade dos meus filhos. Mesmo quando estou com eles, sinto saudade de ter minha casa com eles. E já compreendi que este é um processo de identificação com o papel Mãe. Estou profundamente observando este papel.

Depois de sair de onde eles moram, neste dia, tomei uma chuva imensa. Imensa para valer! Com vento, muita água no chão e no céu. Mas como sempre, eu estava com o fone no ouvido. Estava tocando a música tema deste filme. E me veio tudo isso em mente. Meus medos de ficar como ele, sem comida e doente. De morrer como ele. Ao mesmo tempo que me veio a força de manter o que quero para mim. Que é ser livre de qualquer medo. De prisões da mente. A água foi lavando isso e me dando inspiração para terminar o texto. Ele está uma mistura do que comecei naquela tarde e o que escrevo neste momento, à noite.

Quero fortalecer minha conexão com a Rede por meio das minhas iniciativas. Num propósito de chegarmos na Nova Dimensão que se apresenta. Com CORAGEM.

Um dos projetos que desenvolvo é o UNLEASH, que é um encontro presencial ou virtual onde cada participante terá oportunidade de abrir-se para o novo paradigma e mais que isso, dar os próximos passos. Juntos nós olhamos para cada situação PRESENTE para que o objetivo de perceber-se parte do TODO aconteça. É o soltar as amarras, e expandir a consciência. Liberar dores, liberar padrões, integrar para expandir.

O entendimento maior que me veio é parte deste trabalho do UNLEASH. Você ser remunerado quando SERVE. Servir com o que você veio fazer neste Planeta. É o que leva o aprendizado ao UNO. Confiar que estar nesta conexão com seu SER é ter acesso ao que você precisa, é acessar à abundância. 

O outro trabalho que começarei a fazer neste mês se chama A FORMA. Expandir a consciência e não ficar perdido nela. Dar Forma. Incorporar o aprendizado, gerando RESPONSABILIDADE SISTÊMICA.  Um processo de AUTONOMIA do SER. Acesso à consciência além do nível MENTAL. Estabelecendo uma conexão com a energia da MANIFESTAÇÃO que é o AMOR. O próprio. O mesmo AMOR da COLABORAÇÃO. Porque a COLABORAÇÃO é um exercício para a UNIDADE. Uma fórmula muito simples. 

COLABORAÇÃO = EXERCÍCIO PARA ACESSAR O AMOR =  UNIDADE

A FORMA foi um flash intuitivo que tive no JOGO PLANETÁRIO, no qual participei em outubro e que vem desencadeando muitas mudanças significativas no meu nível de consciência. Uma clareza absurda de todo este movimento de vulnerabilidade em que vivo hoje e mais ainda. Um olhar de AUTORIDADE e INTELIGÊNCIA sobre minhas relações, estabelecendo limites que, até então, eu não colocava. E o meu exercício é dar FORMA às consciências que tenho. Não deixá-las estagnadas. E esta habilidade vem se aprimorando com muita potência. Agora chegou a hora de apoiar outras pessoas neste processo. 

Serão encontros pelo Brasil. Olharemos para as consciências que emergiram nos últimos tempos. Exploraremos quais formas elas podem ganhar e isso levará a Projetos. Que poderão ser individuais ou em grupo. Tudo num formato distribuído, isto é, que eu faça apenas o que me cabe, que é criar FORMA de alcançarmos a AUTONOMIA e LIBERDADE.  Mas neste DESAFIO todo, vejo muita gente MANIFESTANDO seu SER, pelo AMOR. Não pelo ego. Meu desafio ? Te apoiar nesta conexão. Seu desafio? Confiar que você não controla nada e que esta conexão te levará à Unidade.

E, de novo… o que isso tudo tem a ver com o Filme ? Tudo. Minha conclusão sobre o garoto é que ele ouviu o chamado, entendeu, compreendeu, expandiu, mas…. Não deu FORMA. Era a experiência que ele precisava viver naquele momento, até mesmo para que a gente soubesse disso, né ? E para o Eddie Vedder escrever uma trilha tão demais. Mas, chegou o momento do próximo passo. O Planeta pede RESPONSABILIDADE SISTÊMICA. O UNIVERSO está nos dando a chance de sermos protagonistas desta experiência com a energia do AMOR. A HORA CHEGOU !! E eu estou a A SERVIÇO para andar ao lado de quem entender que é isso. 

Fecho o meu texto com uma frase que vi estes dias:

“Muitos estão ouvindo o Chamado, mas estão na dúvida, porque estão achando que é um convite. ” Não é não…. people.

beijos com amor

Patrícia Stanquevisch

Acorda, amor !

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