Patricia Stanquevisch

Escrito em 15 de dezembro de 2015 no Facebook.

Minha relação com o Universo é bastante prática, sabem ? Eu penso e ele fala e faz assim: Bora lá ajudar a Patrícia a ter conteúdo novo para o texto. Universo competente !!

Julgamento na minha percepção é quando há juízo de valor: isto é certo e aquilo é errado.  Aquela pessoa DEVIA fazer diferente, pq assim não vai funcionar. Você podia fazer um curso X/Y/Z, para mudar seu jeito nestas situações. Tudo julgamento. Eu faço isso, toda hora.

E comecei a pensar nos meus julgamentos. Quais os primeiros? Não tive dúvida que os primeiros foram comigo mesma. Dura, sempre me julguei numa medida bem difícil, não só para mim, mas para os outros, óbvio. Porque chegar até mim no meu alto grau de cobrança interna, nunca foi algo fácil. E se julgo a mim, julgo o outro na mesma proporção.

Depois disso, quem julguei antes do mundo todo ? Meus pais. “Podiam/podem ter feito diferente, podiam/podem me fazer diferente, podiam/podem isso e aquilo mais.” Mas não podiam/podem… E é aí que comecei a repensar o Julgamento. Eu não podia/posso fazer diferente. Era/é o que tinha/tenho de consciência para o momento. Meus pais não podiam/podem fazer diferente, pelo mesmo motivo.  Porém, enquanto eu estava/estou no julgamento, dores acompanham o processo. Posso citar inúmeras. Julgar a mim mesma me causa a dor da impotência, da fraqueza e do fracasso. Julgar meus pais me causa a dor do abandono, da tristeza e da solidão. Julgar o mundo como todo errado me causa a dor da desolação, do desânimo e da falta de fé. 

Aí a teia vai crescendo… O cara “trolha” que atrapalha o trânsito pode fazer diferente ??  Talvez possa, mas não consegue ver ainda. O meu amigo pode mudar seu tom de voz quando fala comigo ? Talvez possa, mas ele não consegue enxergar ainda, nem que pode, nem como pode. Porque tudo faz parte da experiência de cada um. A evolução é individual. As respostas são únicas. Não tem receita de bolo. Por mais simplista que isso possa parecer. É assim. Só há mudança de atitude quando a consciência expande e conseguimos olhar para aquilo de fora, como observadores e aceitar. Aceitar que aquilo é o que é e depois aceitar ser possível fazer diferente.

Ok. Universo. Parte 1 da minha lição entendida. Segunda parte. Como lidar comigo mesma, quando sou julgada ? Foi o tópico das duas últimas semanas. 

O julgamento sempre vai existir. Não somos ascensionados. Como lidamos com isso é que pode ser diferente. Mas… enfim. Como lidar com o julgamento do outro em mim? Parece fácil, já sei a resposta. Só preciso praticar. “Deixa passar por você e entenda que isso não é seu.” Ele começa a ser meu quando me conecto, quando me toca, quando me entristece, quando combato. E faço isso quando ? Quando não aceito o que sou integralmente. Quando deixo de ser íntegra.

Qualquer coisa que eu seja, é parte de mim e aceitar isso é um processo incrivelmente curativo. Sou dualidade. Sou luz e sombra. Sou o certo e o errado. E este é meu ser integral.

Sou provocativa e amorosa.
Sou perfeccionista e flexível.
Sou transgressora e ordenada.
Sou livre e livre (não consegui uma dualidade para este caso, rs)
Sou feminino e masculino.
Sou disciplinada e indisciplinada (muito as duas coisas)
Sou construção e destruição.
Sou bom humor e mal humor
Sou sedutora e facilmente seduzida
Sou mandona e….. (vou procurar uma dualidade ainda nesta caso. Alguém pode me ajudar ?) – sugestões de amigos após a publicação: afável, acolhedora. 🙂
Sou amor, amor e amor.

Por que eu resolvi escrever sobre isso ? Porque minha vida foi sempre questionada em minhas escolhas. Nunca estava dentro do padrão estabelecido por qualquer grupo com o qual eu estivesse me envolvendo. Puxa… como é difícil manter isso. Não estar nos padrões.

E acho que hoje eu me aceito. Não  sou padronizada. Sou toda misturada. Trabalho só com o que eu gosto. Fico somente onde me sinta feliz. Sou transparente no que eu faço ou falo, mesmo que as pessoas não se sintam bem com isso. Namoro com quem eu quiser, onde a gente* quiser e quando a gente* quiser. E essa escolha toda me traz um custo. Que eu assumo.  E pago quando puder. 

Enfim… não tenho compromisso com as expectativas alheias e nem com as minhas próprias. Amorosamente, acolho isso como parte do aprendizado. Para que cada dor possa achar uma forma consciente de ser liberada. Sem drama e sem mais.

O não julgamento de mim mesma me dá espaço e leveza para não julgar o outro. Podem exercitar que funciona. Funcionou com a nazista aqui, funciona com qualquer ser lindo deste planeta, que é todo mundo. 

Próximo assunto: Confiança.


Patrícia


*gente = eu e ele.

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