Patricia Stanquevisch

Sábado. O quarto está silencioso. Meus braços estão meio gelados. Estavam para fora do edredom, Durmo sem roupa, mas o corpo sempre está quente.
Tento ouvir o silêncio. Já contei que adoro ouvir o silêncio. Porque assim consigo ouvir o barulho do mundo. Não é o barulho do ser humano, mas do mundo. Os outros barulhos são abstraídos tamanho é o barulho real do mundo.
Fico feliz por estar sozinha. Eu e o quarto, a cama e minhas poucas coisas. Sinto meus pés. Macios e quentinhos e penso que é bom estar presente no meu corpo. Senti-lo, cada pedacinho. Vivo e em movimento.
Minhas manhãs são assim. Gosto de pouca conversa. Tento evitar trabalhar neste horário. É todo um ritual de silêncio comigo mesma. Converso com meus mestres interiores, os anjos, arcanjos e toda a turma que me acompanha.
Pensei nos esmaltes vermelhos. Como representam, para mim, a feminilidade. Isso é meu. Não do esmalte ou de quem os usa além de mim. Parti para pensar sobre o feminino que me habita, que existe em mim. Está surgindo uma nova experiência para o meu corpo. Entendo que vem como parte do projeto Patagônia – Integrando o feminino e masculino. Desde que o iniciei, muitas ferramentas e pessoas chegaram para que eu me compreenda mais nesta aventura. Agora é vez dos Yuni-eggs – Cristais Curadores Vaginais.
“Consiste numa medicina vibracional ancestral que sobreviveu aos nossos dias através de tradições do Taoísmo e das mulheres do México, e que hoje vem sendo redescoberta como uma ferramenta potente de conexão da mulher com sua sexualidade e sua força uterina transmutadora, criando um espaço possível para a autotransformação e o auto desenvolvimento. Envolve a utilização de Ovos de Cristais dentro da vagina, próximos ao colo do útero. É uma medicina vibracional que ajuda na limpeza e no despertar energético de todo o sistema pélvico. Já que é nessa região, que como mulheres, recebemos, armazenamos e transmutamos a vida, bem como suas vibrações de medos, realizações de sobrevivência na matéria, relações intimas e amorosas.
— Dunia La Luna
São mistérios que não sei se serão desvendados. Mas com os quais me relaciono com envolvimento profundo. Aos poucos contarei sobre esta experiência. Por hora, foi dado o primeiro passo.
Lembrei-me de um sonho que tive esta noite. Era com as 8Ladies. Um novo projeto com o qual estou envolvida. Mulheres em colaboração. E ao lembrar do sonho, que revelou uma potência na união de mulheres, pensei que há um incômodo em mim sobre a competição nas relações femininas. Foram muitas notícias nesta semana que mexeram com este meu desconforto. Há algo em mim para ser revisto, neste sentido. Senti que gostaria de ser como as feministas. Não sei se sou uma, no sentido ativista. Eu ainda não compreendo isso. Mas eu olho para grupos feministas, mulheres engajadas e as vejo unidas por um propósito. Daí assisto ao TEDx da “Eu Empregada Doméstica” e choro por dois motivos: primeiro por tristeza de perceber que ainda há escravidão velada neste país; segundo por perceber que me falta esta irmandade de apoio mútuo, colaborativo e amoroso com as mulheres da minha vida. Tanto no feminismo quanto neste caso das empregadas e em muitas outras “irmandades”, há uma potência que passa longe da competição que me circunda.
Me encho de dúvidas. Olho para dentro. Por que atraio isso? Mulheres que apoiam homens que falam sobre o mesmo que eu, no trabalho de colaboração, mas se negam a andar ao lado de minhas iniciativas. Mulheres que mentem, fofocam e denigrem minha imagem, sei lá por qual motivo seja. Mulheres que me dizem que meus filhos não deveriam morar com o pai, que isso fará mal a eles e estou sendo egoísta. Mulheres que criticam minha escolha de viajar pelo mundo, buscando estes locais de transformação, ao invés de trabalhar para sustentar as crias, pagar escola, viagens, roupa. Mulheres que disputam comigo um espaço no Planeta, o tempo todo. Aff… A irmandade é seletiva. E às vezes, muito difícil de fazer parte dela. Basta você discordar de uma única coisa. Chego a esta conclusão. Na verdade sinto que o que nos une em irmandade não é o fato de sermos mulheres, mas os propósitos de alma. E compreendo a força da irmandade no propósito da energia do feminino que habita em todos nós, mas que está sendo expandida, atualmente, no corpo da mulher. Estou aprofundando o assunto em meus aprendizados, para poder falar mais. Por hora são somente pensamentos e sentimentos. Sentimentos que talvez me mostrem que meu propósito maior, este que vibra bem forte no coração, tem a ver com o Todo. A irmandade da Unidade. E isso me distancia do núcleo. Pode ser, não sei.
Ainda no silêncio do meu quarto, saio desta vibração e começo a me lembrar das mulheres que estão perto e que andam em sintonia comigo. Nossa… que delícia pensar nelas. Poderia citar uma a uma, mas sempre temo esquecer alguém. Mas são várias. Não as vejo perdidas nos seus centros. As vejo fluindo entre o individual e coletivo. Cuidando, amando, dando poder a outras mais. Isso também é parte da irmandade, de um ativismo quântico. Delas recebo informações. Ideias em forma de sincronicidade. Sou nutrida. Amor.
Na cama ainda. Hora do almoço já. Me dei este direito de ficar aqui refletindo e escrevendo. Adoro escrever. Quem dera mais pessoas falassem comigo a partir dos meus textos. Não que ninguém fale. Eu que anseio sempre mais pessoas na minha vida. Como o Dr House, da série, preciso de pessoas falando. Sobre elas, com suas ideias. E nisso, expando. Tenho insights incríveis e crio.
Vou finalizar. É hora de comer algo. Antes um banho. Quentinho e com cheiro de novo. O novo que está pintando por aí. Chegando não sei de onde. Chegando não sei para que.
Ahh, dia 19 parto para Findhorn. Se quiser mandar sua intenção para lá, leia esta NEWS aqui. Sempre é um momento especial, colocar uma intenção no Santuário da Natureza. Para todo o Resto existe Findhorn.
Uma música de Oya para vocês, mulheres de todos os aspectos da minha vida. <3 Sugiro ouvir o CD todo. No youtube tem.

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