Patricia Stanquevisch

Escrito em 12 de Janeiro de 2015 no Facebook.

Desde muito menina, eu tenho em mim uma ideia diferente de casamento. Libertária por natureza, me imaginava crescendo, tendo meu trabalho, meu dinheiro, meu apto, e dona do meu nariz. E dentro deste processo, não fazia parte a possibilidade de um homem “atrapalhando”. Isto é, casando como o tradicional. Limitando meus passos, minhas escolhas, minhas vontades.

Mas meus propósitos não me impediram de ser namoradeira. 🙂 Fui mesmo. Era/É parte da minha essência conhecer o novo. E namorar me proporcionava este conhecimento. 

Cresci, então… namorei, tive “N” formas de relacionamentos, chatos, legais, intensos, fracos, um pouco de tudo. Ou quase tudo (até hoje).

Num determinado momento da minha vida, conheci meu ex-marido. E a ideia foi sim o casamento tradicional. Eu tinha outras prioridades nesta época e uma meta. E ele aceitava que eu fosse como eu sou. Fizemos um acordo de liberdade. A regra era: estar feliz. Se não estivesse feliz, falar e mudar. Isso incluía até a possibilidade de ser feliz do lado de outra pessoa. Viver experiências fora do tradicional. Foi ótimo. E neste relacionamento entendi/entendo muito sobre mim mesma. Além de ter aberto o caminho para o maior amor da minha vida, que é o amor pelos meus filhos. (outro amor… e não é o tema deste texto).

O amor deste casamento, acho que se fosse nomear, diria que foi o amor de almas que tinham uma propósito juntos, crescer juntos, como Amigos e como cuidadores de duas outras alminhas. Acabou o casamento. A amizade ainda continua. E o compromisso com as duas alminhas também.

Anos se passaram. Sou a mesma mulher que mantem a liberdade como foco. Em todos os níveis e dimensões da minha vida. Busco ser livre para escolher, livre de crenças, do meu ego, e, claro, livre para amar e ser amada, sem amarras.

Mas até então, faltava algo mais. Um amor daqueles de música. Que Marisa Monte, Tim Maia, Paul Mcartney, Nando Reis, Dijavan, Tom Jobim, Vinícius  e muitos outros sabem falar “sobre” tão bem. E, para ser honesta, eu não acreditava que existia. Tão pouco procurava. 

Achei. Numa foto de jornal. Vi a pessoa. Entendi quem era. O que fazia. E o universo conspirou para estarmos no mesmo grupo do facebook. Fui atrás, ver pessoalmente, em carne e osso. Existia. Naquele dia foi algo que transcende a explicação mental. O vi ali naLaboriosa89, como um ser de outra dimensão. Era inatingível. 🙂  Mas pelo menos o encontrei, né ?

Aí começou uma nova parte do aprendizado do que era aquele amor que eu buscava desde pequena. Foi crescendo um sentimento que já era sustentável por estar dentro de mim. Não tinha importância se ele me amava também ou não. Eu achava que ele nem me via. Longe de ser platônico, pq o platônico sonha com a possibilidade. Eu não sonhava. Só me alimentava daquilo que tinha dentro de mim. Este homem foi me lembrando tantas coisas !! E quanto mais eu lembrava/lembro, mais eu o amava/amo.

Alguns meses se passaram, muita (mas é muita mesma) coisa aconteceu. Ele me surpreendeu, se apaixonou também e começamos a viver este amor na prática. 

Acho que num outro texto já disse que o Universo funciona assim comigo. Eu peço e ele manda lição, imediatamente… 

Uma coisa é viver este amor livre só olhando de longe. Outra é vivê-lo compartilhado.

Comecei a entender de quais amarras eu realmente me esquivava. Elas não são externas. Não estão na mão do outro. Mas dentro de mim. 

Para começar: o Medo… Que aparece com muitas caras. Medo de ser irreal. Medo da mentira. Medo de ser traída. Medo de ser abandonada. Medo de eu não ser o bastante. Medo de ter que ceder sempre. Medo da submissão. (Se quiserem mais alguns nomes, posso relacionar. É só pedir).

Do medo saem sentimentos como o Ciúme, a Dúvida e o contato com coisas muito enraizadas. Controle, por exemplo.

Mas eu sou boa aluna. Sempre fui. Já disse. E decidi entrar de cabeça nesta aula. Entender tudo isso que me cerca. Me cerca no sentido bem difícil da palavra. Um muro de ferro, que não me dá a tal liberdade de movimento. Neste mergulho resgatei cada significado destes medos, destes sentimentos doloridos. Olhei de frente e meditei cada um. Para que cada peça ficasse realmente em seu lugar. E acho que estou quase na fase de entregar o trabalho de conclusão. 

Não. Não é fácil. Mas meu amor diz que “para ter merecimento dá trabalho”, e eu estou dando duro. Para merecer esta plenitude que eu vejo e sei que existe no AMAR. Amar sem expectativa, sem controle do outro. Mas com compromisso, cuidado, presença e integridade.

Eu vejo tudo isso como parte da mudança do processo do Planeta. Dissolver os padrões de baixa vibração, entrar em contato com o que realmente viemos fazer aqui. Novos modelos de vida, de compreensão das coisas. Sem crenças em verdades que não funcionam mais. Começando pelas relações. Que tipo de relações ainda estamos criando e mantendo? São necessárias ? Será que não se tornaram somente um hábito ? O que está dentro dos nossos corações ? Precisamos controlar ? Precisamos do que ?? 

Se você se interessar por entender mais sobre isso, estou abrindo espaço para estas conversas. Trocas, inclusive, sobre as ferramentas que uso para meus mergulhos pessoais. 

Posso dizer que Amar com este novo olhar é LIBERTADOR

Boa semana.

Próximo texto: Compromisso

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